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Médico do Hospital Municipal de Marabá é indiciado por morte de adolescente

16/08/2016 às 19:24 em Polícia

EmilyUm médico ortopedista do Hospital Municipal de Marabá (HMM) foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo – quando não se tem a intenção de matar – em decorrência da morte da adolescente Emilly Rocha Brandão, de 17 anos, ocorrida no dia 8 de julho de 2014. A menor deu entrada no hospital após sofrer um acidente de motocicleta, que resultou em uma fratura na perna. O nome do profissional não foi divulgado.

O caso foi retomado há cerca de 40 dias pela equipe de expediente da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, após familiares da vítima procurarem a delegacia. Conforme informações levantadas durante as investigações, ao prestar o primeiro atendimento o médico requereu a realização de um exame de raio-x para verificar a extensão da fratura, que não foi exposta, mas deixou de requisitar a realização do exame doppler, que é uma ultrassonografia.

O exame era necessário, de acordo com a Polícia Civil, para complemento da análise clínica, verificando se a parte vascular, como veias e artérias, havia sido afetada. Ocorre que o médico apenas prescreveu medicamentos e determinou que fosse colocada uma tala engessada na perna. As investigações apontam que horas depois começou a ocorrer a perda da circulação sanguínea, uma vez que o osso quebrado havia rompido a parte vascular.

As células que formavam os tecidos da paciente começaram a morrer e, a partir disso, começou a ocorrer proliferação interna de bactérias, o que resultou no desenvolvimento de uma gangrena gasosa. Em decorrência do processo, o membro da adolescente passou ao estado de putrefação, o que foi constatado apenas sete dias depois por outro médico, cirurgião vascular, que verificou estado de infecção generalizada da paciente, motivo pelo qual pediu imediatamente a transferência para o Hospital Regional do Sudeste do Pará.

No Regional a equipe de médicos optou pela amputação do membro, na tentativa de conter a infecção e salvar a vida da adolescente. Ainda assim o quadro de infecção já havia se expandido para órgãos vitais, afetando o pulmão em decorrência de um quadro de embolia pulmonar, o que levou ela ao óbito. Durante a investigação, doze médicos foram ouvidos pela Polícia Civil para que o inquérito fosse embasado de forma técnica. O médico foi indiciado por homicídio culposo em decorrência de negligência médica e, ainda conforme a Polícia Civil, confessou parcialmente negligência em não solicitar o exame complementar, quando ouvido em depoimento.

O Jornal CORREIO publicou, em sua edição 2.695, de julho de 2014, a informação acerca da morte da jovem. À época, conforme divulgado, o pai dela procurou a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil e solicitou que o caso fosse investigado, uma vez que a família acreditava que a adolescente tivesse sido vítima de uma negligência médica.

Na ocasião, ele relatou que ela sofreu um acidente no dia 19 de junho, quando conduzia uma motocicleta em um a vicinal da zona rural, perdendo o controle e caindo. A perna esquerda da menor ficou presa embaixo do veículo e a tíbia foi fraturada. Emilly foi socorrida por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao setor de emergência do HMM, onde ficou internada em uma maca, no corredor, por falta de leitos disponíveis.

O pai relatou, também, que após ter a perna engessada a menor reclamou várias vezes de dores, principalmente no calcanhar. Os familiares conseguiram convencer um enfermeiro a retirar o gesso e ele fez uma raspagem de pele morta que estava na região. Nesse estágio, disse o pai, a área já estava bastante escura e mau cheirosa.

Os familiares então teriam conversado com o mesmo ortopedista que mandou novamente engessar a perna, sem observar o ferimento. Novamente com dores o gesso foi retirado e, diz o pai, dessa vez toda a pele abaixo do joelho estava escura. Foi nesse momento que foi acionado o médico cardiovascular que constatou a infecção.

 SAIBA MAIS

Procurada, a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá (PMM) informou que, em decorrência do feriado de Adesão do Pará à Independência do Brasil, comemorado nesta segunda-feira (15), não houve expediente e que irá se manifestar ao longo da semana. 

DO CT ONLINE

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