Por Maicon Sousa

Por mais que o Deputado Federal Josimar Maranhãozinho e seus aliados tentem demonstrar que estão firmes e fortes na disputa pelo Comando do Governo do Maranhão, esta narrativa não se sustenta diante dos fatos. Duas informações tornaram o fim de semana do Deputado, e seu grupo, bastante desagradável.

Primeira: a divulgação da pesquisa eleitoral que lhe apontou com somente 4% das intenções de votos, apesar de ter sido um dos primeiros pré-candidatos a mover uma grande estrutura pelo interior do Estado para gerar fatos de campanha, atos estes que pararam após diversas operações da Polícia Federal, das quais o Deputado é alvo.

Aliás, esta é a segunda informação que aumentou a indigestão: a última vez que Josimar Maranhãozinho foi alvo da Polícia Federal foi na sexta-feira (11), quando o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, autorizou busca e apreensão nas residências e escritórios de Josimar, do Deputado Pastor Gil (do grupo de Maranhãozinho) e do Deputado pelo Estado de Sergipe, Bosco Costa, mas que mandou verba pública para o Estado do Maranhão, especificamente para uma Prefeitura controlada por aliado de Josimar. A Polícia Federal fala em supostos desvios de recursos de emendas (dinheiro público) para Prefeituras do Interior do Maranhão, destinados para Saúde e Educação.

Quando a pesquisa deixou que os próprios eleitores dissessem em quem votariam, Josimar amargou traço, com 1% das intenções, ficando como o mais rejeitado.

Assim, o Instituto Jpesquisas, do tradicional Jornal Pequeno/Capital, mostrou que a disputa real pelo comando do Maranhão será entre o vice-governador Carlos Brandão, que no dia 31 deste mês será Governador de fato e de direito com a renuncia do titular, Flávio Dino, ao cargo para ser candidato a Senador, e apareceu já com 23% das intenções de votos e o Senador Weverton Rocha, que aparece com 20% da preferência – aliás, já fora do topo após o anuncio oficial de Flávio Dino de que seu candidato é Brandão.

Desta forma, o parlamentar que tem o rótulo, exagerado, colado a sua pessoa de “fazedor de prefeito”, por eleger em algumas das cidades mais pobres do Maranhão os parentes, motorista, babá etc a chefes de Executivo, sabe que diante desta polarização, e aparecendo atrás de Lahésio Bonfim, que tem 9%, é ir para o tudo ou nada. Significa que, “ao forçar a barra”, Josimar Maranhãozinho pode acabar por “cair em desgraça”, ficando sem mandato e a proteção do foro privilegiado. E é somente por isto que a Polícia Federal ainda não fez o que tem muita vontade de fazer – vasculhar tudo de cima abaixo, incluindo o Gabinete Oficial.

Prova disso é que esta permissão foi solicitada ao Ministro do STF, Ricardo Lewandowski, que acabou por negar o pedido justamente pela prerrogativa de função. Mas sem mandato, Josimar Maranhãozinho pode enfrentar um pedido concreto de prisão, e a PF diz ter fortes provas que apontam para indícios de ilegalidades no aumento de 160% por ano do patrimônio de Josimar. Aliás, uma dica se for mesmo disputar a eleição para o Palácio dos Leões e ficar sem mandato, é Josimar Maranhãozinho se tornar guru de economia, arrisca-se dizer que excelentes atuantes do setor privado gostariam de ter suas dicas para conseguir lucros tao expressivos de forma legalizada como o Parlamentar diz, com muita convicção, que são a cada vez que é alvo.

Também se nota o cansaço diante do eleitorado destas explicações, pois a Polícia Federal é tida como uma das Instituições com mais credibilidade no País, e as operações são autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal. Dizer que são perseguições politica e que isso é porque é um candidato forte na corrida eleitoral, que o objetivo é lhe fazer retirar seu nome da disputa, já não convence. Por que um Ministro do Supremo, com cargo vitalício, se importaria em atrapalhar disputas Estaduais de Governo? Se quando chega a corte o que menos lhe parece importante, talvez, é a figura de um Governador, vez que lhes importa o que é feito no Congresso Federal/Senado, onde são formuladas e aprovadas leis etc.

Atrelado a tudo isso, Josimar Maranhãozinho ainda corre o risco diário de ir dormir e acordar ex-presidente de Partido, já que por força do Presidente Bolsonaro o PL, que Josimar controla no Maranhão, pode acabar indo parar nas mãos do Senador Maranhense Roberto Rocha, que se vende como o fiel defensor do Presidente no Estado e, principalmente, no Senado. Roberto tem 10% das intenções de voto para o Governo do Maranhão. E como diz a máxima: Rei morto, rei posto – um ditado popular na língua portuguesa, utilizado para se referir ao mundo político, quando há a necessidade imediata de substituir um chefe, que já não tem como “bater na mesa”, por outro, sem que tenha muita demora pra isso acontecer.

Josimar dizer que esvaziava o partido se isso acontecer, tirando seus aliados do grupo, não é suficiente para impedir isso de ocorrer, pois sabe-se também que as abelhas ficam onde tem “o mel”.